03 agosto, 2010

Trilha Nova – The Suburbs (Arcade Fire)

Por Luiza Barros

(1.The surbubs /2.Ready to start /3.Modern man /4.Rococo /5.Empty Room /6.City with no children /7.Half light I /8.Half light II (No celebration) /9.Suburban War /10.Month of May /11.Wasted hours /12.Deep blue /13.We used to wait /14.Sprawl I (Flatland) /15.Sprawl II (Mountains beyond mountains) /16. The surbubs (continued))

Como o burburinho no twitter mostra, hoje, 3 de agosto, é a data oficial de lançamento do mais novo disco do Arcade Fire. Seria algo bem importante para o que foi chamado de “o disco mais esperado do ano”, não tivesse o mesmo vazado há alguns dias. Mas independentemente desse sinal dos tempos, o disco está aí, seja na internet ou na boa e velha loja de discos, e vale a pena ser ouvido. Mas para quem é fã do grupo canadense e tem acompanhado a repercussão do álbum na mídia, talvez esteja no momento sofrendo de um grande problema: a síndrome das grandes expectativas.

Desde que veio ao mundo com Funeral, em 2004, o Arcade Fire ganhou um certo respeito e aura difícil de se ver no passageiro mundo do showbizz. De fato, o primeiro trabalho da banda canadense é uma pequena pérola dos anos 00, que conseguiu hipnotizar a todos (mesmo quem nem sabe o nome do grupo) com a faixa “Rebellion (Lies). Todos os olhos estavam voltados para o segundo disco Neon Bible, quando este foi lançado em 2007, e agora a história volta a se repetir com The Suburbs. Até na recepção: enquanto parte da imprensa vê o Arcade Fire como o novo U2, ou The Suburbs como o novo OK Computer, há quem tenha achado o disco assim, assim.

A verdade é que este é um disco de rock ótimo, não fosse tanta, digamos, “onda” em cima dele. Talvez pelo próprio jeitão grandioso do grupo (só os músicos fixos são sete), alguns acreditem que o Arcade Fire tenha a resposta para tudo. Não, eles não são os profetas, e sim um conjunto criativo e competente. E a prova de que isso é bom é o próprio The Suburbs, que já abre bem com a faixa-título. Dedicados a examinar a vida corriqueira e monótona dos subúrbios americanos, onde os irmãos Win e Will Butler (vocal e baixo, respectivamente) cresceram, o Arcade Fire compôs um punhado de boas músicas, umas memoráveis, outras nem tanto. Um risco que se corre quando se coloca 16 músicas em um único disco.

O que talvez possa ter irritado alguns é que o Arcade Fire parece mais acessível do que nunca, o que pode ser percebido logo nas primeiras faixas do disco. As boas “Ready to start” e “City with no children” e a chatinha “Modern man” são músicas fácies. A profusão de instrumentos, principalmente de cordas, ainda persiste nesse trabalho (como na ótima “Empty Room”), mas não tanto quanto antes. Ironicamente, a banda parece bem menos “Rococo”, nome de uma das faixas do disco.

E são muitos os destaques. “Half Light II” não poderia ser menos Arcade Fire, assim como “Sprawl II”, na qual somos presenteados com a adorável voz de Régine Chassagne. Apesar do ritmo animado, quase festa, a letra não poderia ser mais diferente: “dead shopping malls rise/ like mountains beyond mountains” (shopping centers mortos erguem-se, como montanhas atrás de montanhas). Além disso, há a fresquinha “Deep Blue” e “Month of May”, a mais pesada do disco, e que promete animar os shows. Agora só resta torcer para o Arcade Fire passar por aqui de novo.




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