2009
Reino Unido/Canadá
Direção: Sam Taylor-Wood
Roteiro: Julia Baird/ Matt Greenhalgh
Elenco: Aaron Johnson, Thomas Brodie Sangster, Kristin Scott Thomas, Anne-Marie Duff
Um filme que conte a adolescência de John Lennon tem uma premissa tão irresistível que é até de se estranhar que só tenham tido esta ideia agora. Ainda mais quando se sabe que o jovem John Lennon estava bem longe do líder pacifista que se tornaria com o passar dos anos. Abandonado pelo pai ainda na infância e negligenciado pela mãe, John foi criado por sua tia, Mimi Smith, uma dona-de-casa responsável e autoritária. Um ambiente familiar conturbado, ideal para gerar um garoto rebelde e mal-criado – um perfeito rockstar.
Sabendo disso, O garoto de Liverpool se empenha em mostrar como os conflitos familiares do beatle estiveram relacionados a sua escolha de seguir a carreira musical. Em cartaz atualmente no Festival de Cinema do Rio, o filme entra na vida de Lennon justamente quando esses dois universos – a família e a música – entram em ebulição. De um lado, John passa a entrar em conflito com tia Mimi após retomar o contato com a mãe, Julia (que inspirou uma das canções dos Beatles). Ao mesmo tempo, o rapaz se sente cada vez mais interessado pela música popular da época: do rock americano ao skiffle regional.
A pena é que, apesar do ótimo ponto de partida, O garoto de Liverpool não consegue empolgar. Focado no drama familiar, o longa acaba se tornando cansativo conforme a história se desenrola. Depois que o espectador já teve o suficiente das adorável referências à Liverpool dos Beatles (John passando por Strawberry Fields...), vem então aquela inconveniente pergunta: “se eu não soubesse que este é John Lennon, teria este filme tanta graça assim?”. É uma pergunta realmente válida, porque a participação dos outros beatles no roteiro deixa muito a desejar. Quem esperava ver detalhes da relação de Lennon e McCartney em seus primeiros momentos vai se decepcionar. Apesar das cenas entre os dois serem as melhores, Paul, que tinha tudo para ser um dos personagens mais interessantes do filme, é incrivelmente sub-aproveitado. Só não espanta mais do que a pouca participação de George Harrison, que é tratado como um mero figurante. Chega a parecer uma ofensa ao legado dos dois na vida real.
Dirigido pela artista plástica Sam Taylor-Wood, o filme tem até seus momentos, ajudado pela bela fotografia. Mesmo assim, fica a impressão de que poderia ter sido melhor. Ainda mais quando se sabe que quem assinou o roteiro foi Matt Greenhalgh, que também adaptou para as telas Control. Baseado na vida do vocalista do Joy Division, Ian Curtis, Control faz tudo que O garoto de Liverpool poderia ter feito, mas não fez.
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Esse filme eh massa demais...ja gostava muito dos beatles com o filme esse amor so aumentou...
ResponderExcluirO FILME NÃO TEM NADA DE CANSATIVO E MUITO MENOS SUB-APROVEITADO, ELE REVIGORA UM ITERESSE INEXPRORADO ATÉ ENTÃO DA HISTÓRIA DE jHON E DOS PRÓPRIOS BEATLES
ResponderExcluirO FILME É O MAXIMO! AMEI AMEI AMEI, SEMPRE GOSTEI DOS BEATLES, FOI MUITO BOM VER UM FILME SOBRE UM POUCO DA HISTÓRIA DELES.
ResponderExcluirO filme foca com maior densidade, trechos da história familiar de John Lennon, demonstrando impagáveis detalhes da relação relâmpago e densa com sua mãe biológica, a qual lhe renderam a influencia e o apoio musical que acabaram determinando o destino do maior ícone musical de todos os tempos. Sobre sua relação com os demais beatles, não cabe num só filme, talvez numa mais que merecida trilogia, quem sabe...
ResponderExcluirAmazing Movie , Greats performances !!! I loved it.This is intense and subtle delicacy. Every scene a surprise, each fact the understanding of life and its trajectory.
ResponderExcluirPaulo Cesar Maia de Aguiar