31 dezembro, 2009

Trilha Especial - Os melhores da década


Agora que você já conferiu o pior do mundo da música nos anos 2000, na primeira parte do nosso especial (Parte I - Os piores da década), está na hora de apreciar as 10 melhores coisas para os fãs de música nos últimos 10 anos. Lembrando que a numeração é apenas para organização e não determina nenhum tipo de hierarquia. Divirtam-se...

1) Revolução Musical na Internet

Em todo o século XX, vimos a tecnologia levar a música para formatos cada vez mais eficientes. Mas a internet mudou tudo. Não mais presa a suportes tradicionais como o CD e o vinil, cada faixa pode ser adquirida separadamente, e acima de tudo: gratuitamente. A Indústria Cultural nunca se viu tão abalada. Por mais que suas organizações tentem se proteger, através de processos e clamando por direitos autorais, a cada site que sai do ar, mais cinco aparecem. E enquanto tem muita gente perdendo dinheiro nessa briga de gato e rato, outros aproveitam para faturar: artistas são revelados cedendo suas músicas no MySpace, e até veteranos se arriscam, como o Radiohead, que disponibilizou todo o conteúdo do seu último disco pelo preço que o consumidor quiser pagar.

2)Nova geração do samba e da MPB

A nova música popular brasileira está cheia de novos talentos que despontaram nessa década, são eles: Vanessa da Mata, Isabella Taviani, Jair Oliveira (o Jairzinho), Pedro Mariano, Ana Carolina, Fernanda Porto, Simoninha,Céu, Ana Cañas, Zeca Baleiro e a iniciante Maria Gadú, dentre outros. Também pudemos observar uma nova geração de sambistas nascendo nos anos 2000 como Maria Rita, Diogo Nogueira, Roberta Sá e Teresa Cristina, que foi indicada ao melhor disco de samba no Grammy Latino de 2003.

3)Indie salva o Rock (ou não)

A tag é polêmica e recusada por muitos, mas a verdade é que grande parte das melhores bandas que surgiram nos anos 00 estão, queiram ou não, dentro dela: Arctic Monkeys, Franz Ferdinand, The Killers, e claro, The Strokes, só para citar as maiores (e melhores). Com camisetas pólo, Ray-Ban Wayfrayer e o insuportável jeito blasé de ser, eles foram os grandes responsáveis por trazerem algo de novo para o rock, mesmo que muitas vezes reciclando o pós-punk. Mas isso é vintage, gente!

4) Retorno dos musicais às telas do cinema

Até a década de 70 tínhamos muitos musicais nos cinemas, de Cantando na Chuva, West Side Story, My Fair Lady e A Noviça Rebelde até Hair e Grease. A partir da década de 80 os musicais foram desaparecendo das telonas e os poucos produzidos até os anos 90 não tiveram tanto destaque, com exceção apenas de Evita(1996), estrelado por Madonna. Mas nos anos 2000 esse tipo de filme voltou a chamar atenção. Os musicais de agora podem não ser mais tão inocentes, mas ainda são, de certa forma, mágicos.

Moulin Rouge (2001)abriu a década falando de amor, e não havia local mais propício do que Paris. Chicago (2002) não tinha uma história tão rica, mas com um elenco tão talentoso não poderia deixar de ganhar o Oscar de melhor filme do ano. O divertido Os Produtores (2005) traz no elenco Nathan Lane, Matthew Broderick e UmaThurman. Across the Universe transforma músicas dos Beatles em uma história com tudo que o público gosta: amor, amizade, rebeldia e uma guerra, é claro. Hairspray (2007) é pura animação, destaque para John Travolta, no papel da simpática Edna Turnblad. O contagiante Mamma Mia (2008) trouxe nada mais, nada menos que Merryl Streep, e os três ex-namorados que disputam a paternidade de sua filha.


5) Brasil entra na rota das turnês internacionais

“Obrigado, Brazil!” Nunca antes na história deste país tantos gringos repetiram a mesma frase em nossos palcos. Finalmente nossos produtores ficaram mais corajosos e conseguiram trazer artistas de fora para tocar aqui, mesmo os que ainda não foram consagrados e que jamais lotariam o Maracanã. A década começou com o retorno do Rock'n'Rio em 2001, que teve Guns'N Roses, Red Hot Chilli Peppers e vaias para Britney Spears, por ter exibido a bandeira americana em sua apresentação. Depois, vimos novos festivais patrocinados surgirem, como o (já extinto) Tim Festival e o Planeta Terra, que trouxeram muita gente bacana pra cá.

6) O ipod

Um dos maiores avanços musicais que tivemos nessa década não foi uma banda, nem um novo estilo, mas uma nova tecnologia: os mp3 e ipods. Os pequenos aparelhinhos revolucionaram nossa forma de escutar música. iPod, a marca da Apple, junta ‘Portable on Demand’ (POD), algo como ‘portátil desejado’, com ‘i’, ou seja ‘eu’ em inglês; e não é à toa. Com um mp3 ou mp4 você pode escutar música onde quiser, sem complicação, da forma que desejar. Agora suas viagens de ônibus e caminhadas matinais tem trilha sonora. A trilha que você escolheu.

7) Guitar Hero

Um joguinho descompromissado, que consiste em apertar as teclas certas, na hora certa. E que mesmo assim, levou o mercado da música para um outro suporte: o dos games, a indústria do entretenimento que mais faturou no ano passado. Desenvolvido pela Hamornix, o game se popularizou em pouquíssimo tempo e gerou o Rock Band, em que não há apenas a guitarra, mas também bateria e microfone. Várias sequencias já foram lançadas, inclusive algumas dedicadas inteiramente a uma só banda, como o Guitar Hero: Metallica, Guitar Hero: Aerosmith e o mais recente objeto de desejo, The Beatles: Rock Band.

8) Montagem de musicais no teatros brasileiros

Há tempos não se montavam grandes musicais no Brasil. Mas nos últimos anos dessa década tivemos vários. Os grandes ‘culpados’ dessa invasão de musicais aos palcos brasileiros são os diretores Charles Möeller e Cláudio Botelho, que começaram uma bem-sucedida parceria no final dos anos 90. No início dessa década montaram os musicais ‘Cole Porter – Ele nunca disse que me amava’, ‘Company’ e remontaram ‘Suburbano Coração’ de Naum Alves de Souza e Chico Buarque. Em meados dos anos 200o vieram ‘A Opera do Maladro’ e ‘Sweet Charity’, inspirado no filme ‘Noites de Cabíria’ de Fellini. Já no final da década montaram ‘Sassaricando’, ‘7 –O Musical’ e o aclamado ‘Beatles num Céu de Diamantes’. Depois vieram ‘A Noviça Rebelde’, ‘Gloriosa, A Vida de Florence Foster’ com Marília Pêra e agora a mais nova investida dos diretores ‘O Despertar da Primavera’. Outro que teve um papel importante nas montagens de musicais foi o versátil Miguel Falabella que dirigiu e atuou em ‘Os Produtores’ e agora dirige ‘Hairspray’.

9) Radiohead e a consagração mundial

Formado em 1988, o Radiohead não é um filho do século XXI. Mas, depois de estourar com The Bends, de 1995, e ganhar o apoio incondicional da crítica dois anos depois com OK Computer, a banda de Thom Yorke conseguiu não só manter a qualidade como ampliar seus horizontes nos anos 00. Primeiro com os controversos Kid A e Amnesiac e depois com Hail To The Thief, e o trabalho mais recente, In Rainbows, que inovou no lançamento (veja o item número 1 da lista) e finalmente trouxe os ingleses para o Brasil, em um espetáculo memorável que contou ainda com Kraftwerk e Los Hermanos.

10) Nova geração de Soul e R&B

A primeira década do século XXI foi marcada pela nova geração de cantores de soul e R&B. O grande destaque é Amy Winehouse que despontou com um estilo que lembra as divas do rhythm and blues, com as músicas Rehab e Back to Black, algumas das melhores dessa década aliás. Outra que chamou a atenção foi a inglesinha Joss Stone. E não podemos esquecer do badalado Black Eyed Peas e das popularíssimas Beyoncé, Rihanna e Alicias Keys. Esses últimos têm um estilo que mistura pop e hip-hop, mas são considerados por muitos críticos como pertencentes ao R&B.




Trilha Especial - Os piores da década


31 de dezembro de 2009, último dia de uma década inteira. E como final de ano é tempo de nostalgia que tal relembrar o que se passou nos últimos dez anos? Mas você prefere primeiro as notícias boas ou as ruins? Ok, ok, comecemos pelas ruins. Ou melhor, as 10 piores coisas dessa década para os fãs de música. Lembrando que a numeração da lista é só para organizar, sem nenhum tipo de hierarquia. Bem, vamos lá...

1) O ‘créu’ e as mulheres fruta

Desde de 2000 o funk carioca dominou as rádios, as boates e...bem, praticamente todos os lugares agora com esses potentes sons de carro. De Tchutchuca, passando por Um tapinha não dói e Eguinha Pocotó, chegamos ao...Créu. Sim, com apenas uma palavra o Mc Créu dominou as paradas e lançou para a capa da Playboy uma de suas dançarinas, a Mulher Melancia. E eu não tenho palavras para comentar esse sucesso. Só continua essa letra a martelar na minha cabeça. E me lembro de repente de uma versão gravada por um grupo religioso “Céu, céu, céu”. Impressionante como uma letra muda tudo...ou melhor...não muda nada!

2) Cantores no Rehab

Não há dado que comprove, mas é bem provável que nos últimos dez anos as estrelas do mundo da música tenham passado mais tempo numa clínica de reabilitação do que num estúdio de gravação. Um dos primeiros foi Pete Doherty, ex-Libertines e atualmente... ei, espera, será que ele ainda canta mesmo? O menino parece que só veio ao mundo para se drogar, comparecer a tribunais e arruinar Kate Moss. Tivemos ainda Britney, que não aguentou a pressão da fama, perdeu a cabeça metaforicamente e os cabelos literalmente e depois se recuperou, e claro, Amy Winehouse, que ganhou fama cantando que não iria para o Rehab. Acabou indo, voltou, foi de novo... o final da história vocês podem acompanhar no site de fofoca mais próximo.

3) Calipso (tecnobrega)

Soltem os cabelos, porque o calipso chegou com tudo. E não adianta reclamar da voz fina da Joelma e das letras melosas. A Banda Calypso já gravou até comercial de marca de esponja de aço. Já o Calcinha Preta que fez um sucesso danado porque emplacou ‘Você não vale nada mais eu gosto de você’ na novela das oito, cantou até com Roberto Carlos no último especial de final de ano da década. Apesar da pouco qualidade musical, o calipso foi um dos ritmos que embalaram nos anos 2000. Do Pará para o mundo. E que Deus nos acuda!

4) Emocore

Adolescentes sempre foram chatos e irritadiços. O problema é que nesta década alguns resolveram exteriorizar isso através do hardcore. Sem mal saber com quantas cordas se faz uma guitarra, garotos de franja do mundo inteiro atingiram o estrelato dizendo como a vida deles é ruim e como isso tudo é tão chato, nas piores letras e arranjos possíveis. Conseguiram o que queriam. Eles estão super felizes com o dinheiro arrecadado em discos, munhequeiras e cintos de rebites, e nós, deprimidos, com a capacidade do ser humano de fazer música ruim.

5) As "estrelas" do SBT

Em 1999 foi criado na Nova Zelândia um reality show chamado Popstars. E como nada se cria, tudo se copia, logo teríamos uma versão brasileira no canal SBT. A primeira versão do programa formou o grupo Rouge, com 5 garotas que logo tomaram as rádios com o hit Ragatanga (Asereje), que tinha uma coreografia parecida com a Macarena. A segunda edição do programa formou um grupo masculino de menor sucesso chamado Br’oz, que mesmo assim emplacou um hit que ainda hoje perturba nossas memórias. Você deve se lembrar: “Sim, sim, sim, esse amor é tão profundo. Você é minha prometida e eu vou gritar pra todo mundo”. Como se não bastasse, alguns anos depois o SBT colocou no ar a novelinha mexicana ‘Rebelde’, que fez deslanchar por aqui um grupo chamado RBD. Em pouco tempo era comum ver pré-adolescentes com roupas de colegial cantando ‘y soy rebelde’ por aí.


6) Popstars 'virgens' do Disney Channel

A Disney pode ser maravilhosa quando cria seus contos de fada, mas ela também é a empresa responsável por produzir boa parte do pop descartável americano que chega até nós. Com foco nos tweens (crianças e adolescentes entre 8 e 14 anos), o conglomerado foi o responsável pela criação das atrizes-cantoras Lindsay Lohan, Hillary Duff, Miley Cyrus e tantas outras, assim como das franquias High School Musical, com Zac Efron e Vanessa Hudgens, e Camp Rock, com Demi Lovato e (não!) Jonas Brothers. Nos filmes e séries, o bom-mocismo reina. Já na vida real, a coisa é bem diferente. A Disney parece se preocupar mais com a imagem de suas estrelas do que elas mesmas, constantemente flagradas em fotos sensuais na web. Enquanto isso, os Jonas Brothers pregam o uso do anel de castidade... Resumo: tirem as crianças da TV e as deem um livro.

7) Latino - O Retorno

A carreira do Latino começou lá em meados dos anos 90 com as péssimas Me Leva, Só Você e aquela música chatíssima que ele cantava com a Angélica, Sonhos. Por muitos anos Latino sumiu das rádios e da televisão. Mas em 2005 ele voltou. Primeiro como compositor da música “Tô nem aí”, em parceria com Luka, e depois com seu próprio sucesso, ‘Festa no Apê’, uma péssima versão para a música ‘Dragostea Din Tei’. Se como eu, você achou que a coisa ia parar por ai, deve ter se surpreendido ao ligar a TV no programa do Faustão e ouvir ‘Renata’ (Ingrata!) e uma regravação de ‘Amante Profissional’. Agora não tem jeito amigos, o Latino parece ter voltado para ficar. Ele mesmo já tirou nossas esperanças de mais um sumiço: "tamô junto e misturado". Fazer o que?

8) Preço astronômico dos ingressos para shows internacionais

Beleza, nunca teve tanto show internacional como agora na terrinha, mas eles também nunca estiveram tão caros. Que adianta saber que Franz Ferdinand e Coldplay vão estar no Brasil em março de 2010 se você não vai ter dinheiro para ver os dois de qualquer maneira? O setor culpa a meia-entrada e a imprensa embarca, mas você realmente acha que os preços vão cair se regulamentarem a carteirinha de estudante?

9)As 'musas' do axé

Mas quem se destacou mesmo nessa década na música brasileira foram Ivete Sangalo e Cláudia Leite. Claro que as duas são bonitas, simpáticas, tem vozes potentes e uma energia invejável. Mas o circo que se formou em volta delas e um número exagerado de aparições deixou a coisa toda muito cansativa. Todo domingo era dia de ver uma das duas (ou as duas) em programas de TV cantando alguma coisa que fazia o público ‘pular que nem pipoca’. Fora as micaretas que tomaram conta de todo o país e você ainda vê nas ruas muita gente vestindo os ingressos, ou melhor, os abadás, dos shows que já passaram. Na verdade o problema é que as ‘musas’ do axé apareceram demais, tocaram demais, e cansaram um pouco o público.

10) A morte de Michael

Tudo na morte de Michael Jackson foi ruim. Não apenas o fato em si, mas todo o contexto. O rei do pop foi embora justamente quando ensaiava um retorno triunfal, deixando muita gente com ingresso na mão. Inesperada mas não inexplicável, a morte de MJ chocou e colocou a sua complicada biografia em foco de novo. Não bastasse a tristeza do acontecimento em si, a família de Michael mais uma vez resolveu se aproveitar. O velório se transformou numa festa, e aconteceu o que Michael menos quis em vida: seus filhos foram expostos. E sim, ainda deram espaço para a La Toya falar algumas bobagens.

Ainda hoje postaremos a lista com as 10 melhores coisas da década. Aguarde!

Trilha do Artista - Robbie Williams

Oito álbuns, 55 milhões de CDs vendidos. Esse é o número que Robbie Williams leva dos últimos 13 anos de carreira solo. O cantor britânico é um dos mais vendidos de toda a Europa, e teve vários singles em primeiro lugar nas paradas musicais. Mas a história de Robert Peter Maximillion Williams não começou a ser escrita nos grandes palcos. Muito antes disso, o garoto nascido em Stoke-on-Trent, na Inglaterra, freqüentou escolas de dança e teatro, e mostrou talento nos pequenos palcos em peças infantis.

Contando sempre com apoio da mãe, Jan Williams, a carreira de Robbie começa quando Jan vê um anúncio do produtor musical Nigel Martin Smith, que procura um integrante para a banda “Kick it”, que depois virou o “Take That”. Foi Nigel que decidiu o nome artístico de Robert, o garoto de apenas 16 anos se tornou Robbie Williams.

A boyband fez grande sucesso no Reino Unido no começo da década de 90. Ao lado de Gary Barlow, Mark Owen, Jason Orange, and Howard Donald, Robbie lançou o single Back for Good, number one nas paradas britânicas. Mas a relação com o grupo era complicada, e depois de cinco anos de muitas brigas, Robbie larga o Take That para tentar carreira solo. Na época os tablóides britânicos publicaram que o cantor foi expulso pelos colegas da boyband. O grupo terminou no ano seguinte, mas voltou a se apresentar em 2005.

A vida pessoal do cantor também estava tumultuada em meados de 1995/96. A namorada de Robbie, a também cantora Nicole Appleton, engravida, mas decide abortar, deixando o cantor arrasado.

Robbie faz sua volta aos holofotes em 1997, com o álbum “Life thru a Lens”. O quarto single lançado, Angels, é até hoje o maior sucesso do cantor. Tanto que em 25 de fevereiro de 2005, Robbie recebeu no Brit Awards o prêmio de "Melhor Canção dos 25 Últimos Anos”.

Em 2000, o cantor lançou o melhor álbum da carreira. “Sing When You're Winning” que agradou público e crítica. Emplacou o grande hit “Rock DJ”, que chegou a ter o clipe censurado. No vídeo, Robbie arrancava partes do corpo para chamar atenção da DJ. Um ano depois, o cantor lança o tão sonhado disco de swing (“Swing When You’re Winning”), resultado da grande admiração por Frank Sinatra, Dean Martin e Sammy David Jr.

Em 2002 o cantor assina o contrato milionário, 80 milhões de libras, com a EMI. E lança “Escapology”, com alguns dos grandes sucessos de Robbie, como “Fell” e “Come Undone”, que fizeram parte de trilhas sonoras das novelas da Rede Globo.

No ano seguinte, fez três shows em Knebworth, shows que atraíram 375 mil pessoas, e que levaram Robbie ao Guinness por três motivos: lotar Knebworth em três dias consecutivos, por cantar no “maior karaoke do mundo" a canção "Strong" e por vender em apenas um dia, mais de 1,6 milhão de ingressos.

Mas nem todos os CDs fizeram o sucesso que Robbie previa. Em 2006 o cantor lançou “Rudebox”, que mistura dance, eletrônico e rap. O CD, muito diferente dos anteriores, não teve a mesma recepção do público. O álbum “Beautiful World” do “Take That” chegou a vender mais que “Rudebox”, o que aumentou os rumores de uma possível volta de Robbie a boyband.

Williams tem um histórico de dependência química, amplamente comentado na mídia britânica. A primeira internação do cantor numa clínica de reabilitação foi em 1997, durante o lançamento do seu primeiro álbum. Depois de passar por várias reabilitações, a última em 2009, o cantor declarou que “Robbie Williams não vai para a reabilitação se a sua vida não estiver fora de controle. Foi sério, cara. A morte precisou bater à minha porta para me ajudar a tomar essa decisão”.

Robbie Williams se ocupa, atualmente, da divulgação do seu oitavo álbum “Reality Killed the Vídeo Star”, lançado em 2009.

29 dezembro, 2009

Trilha Antiga - Legião Urbana I (Legião Urbana)


Legião Urbana "I" - Legião Urbana
1985
EMI - Odeon
(1. Será/2. A Dança/3. Petróleo do Futuro/4. Ainda É Cedo/5. Perdidos No Espaço/6. Geração Coca-Cola/7. O Reggae/8. Baader-Meinhof Blues/9. Soldados/10. Teorema/11. Por Enquanto)

Brasília não me atrai. Nunca a visitei. As obras faraônicas de Niemeyer sempre me pareceram um grande exagero, ouso até dizer, um exagero. Se vivesse na época, provavelmente seria um daqueles chatos que se opunham à sua construção. Listaria todas as coisas que poderiam ser feitas com o dinheiro investido; hospitais, escolas, saneamento, etc. Tudo que até hoje não temos. Mas, paradoxalmente, sou grata a Brasília. Pois sem Brasília, jamais existiria esse disco, primeiro da Legião Urbana.

Cerca de vinte anos após sua fundação, a capital via surgir uma cena musical que não era nada mais do que sua representação. Isolada, política e angustiada, a geração que crescera em meio a prédios modernistas e ruas sem esquinas finalmente ganhava voz. Primeiramente, com a crueza do punk do Aborto Elétrico, (banda da qual Renato Russo fez parte e que gerou muitas das músicas que compoem esse disco) e depois, um pouco mais amadurecida e lapidada, mas ainda perguntando com a mesma coragem: “será que vamos conseguir vencer?”

Estava tudo ali. Em onze faixas, a banda exteriorizava todos os demônios dos jovens da época, hoje nossos pais: o arrastado período de transição da ditadura, que fazia “filósofos suicidas” e “agricultores famintos” desaparecerem “debaixo dos arquivos”, em “Petróleo do Futuro”, a realidade opressora que criava personagens como o de “O Reggae”, a dificuldade de se concretizar um romance de “Perdidos no Espaço” ou “Ainda É Cedo”. A inspiração musical podia até beber na fonte dos ingleses contemporâneos (Smiths, Cure, Joy Division...), mas as letras, sim, as letras eram produtos exclusivos do talento de Renato Russo.

A Legião e sua paisagem urbana

Aquela era a “Geração Coca-Cola”, anunciava o cantor sem rodeios, que agora devolveria tudo o que receberam da vida – nem que fosse só através da música. Mais densa do que “Geração...”, “Baader-Meinhof Blues” explica melhor o sentimento coletivo dessa juventude: estavam “cheios de se sentir vazios”. O título da faixa, que faz alusão ao grupo terrorista da extrema -esquerda alemã, é mais uma hipérbole do que uma ameaça. Mas nem a própria juventude escapava: “se acha tão moderno/mas é igual aos seus pais”, é o recado de “A Dança”, que expõe a hipocrisia dos rebeldes sem causa.

E depois de tanta fúria, a calmaria. O disco se encerra com a bela e quieta “Por Enquanto”, uma das joias da banda, regravada por Cássia Eller em 1990. Triste e repleta de paradoxos, a letra simples consola e lembra: “estamos indo de volta pra casa”. Seja lá onde essa casa for, em Brasília ou aqui.

27 dezembro, 2009

Trilha Virtual - 'Meu Vagalume'



meu próprio perfil no 'Meu Vagalume'

É provável que você conheça o site Vagalume. Afinal é um dos maiores sites de música do Brasil, com mais de 1 milhão de letras, cifras e traduções. O novo lançamento do site é o ‘Meu Vagalume’, uma rede social de música. Digamos que seria o primo brasileiro do Last.fm!

Para entrar no ‘Meu Vagalume’ é fácil, é só fazer um pequeno cadastro. A partir daí você pode criar o seu perfil, trocar a foto e as cores da página, seguir os seus amigos e o mais interessante: criar playlists.

Para criar uma playlist é só escolher um tema e começar a adicionar as músicas. Você pode ouvir qualquer playlist criada no site, seja de um amigo seu, de um desconhecido ou do próprio perfil do site Vagalume. Para acessar as playlists não é preciso cadastro, mas para segui-las sim. Além disso, se estiver cadastrado, você pode comentar e votar nas suas playlists favoritas.

Outros recursos do Vagalume

Além das letras, novidades e do ‘Meu Vagalume’, o site ainda tem vários recursos adicionais. Um deles são os plugins para Windows Media Player, iTunes e outros. O plugin funciona da seguinte forma: você instala um programa bem leve que vai identificar o que você está ouvindo e procurar a letra da música automaticamente.

Outro recurso são os widgets para sites e blogs. Você pode adicionar um campo de busca personalizado do Vagalume ao seu blog ou uma caixinha do ‘hot spot’ com novidades e especiais sobre os artistas do momento.

E mais, o site ainda contém jogos, entrevistas, especiais e um conteúdo bem interessante para todos os gostos musicais. Se você ainda não conhece o Vagalume vale a pena uma visita.

Trilha do Artista - Yamandú Costa


Era verão no interior do Rio Grande do Sul e a cidade de Passo Fundo, 256 km a norte de Porto Alegre, seguia o dia normalmente. O sol tranquilo do dia 24 de janeiro de 1980 não anunciava o nascimento de um dos violonistas mais agitados e perfomáticos do Brasil.

Yamandú Costa é filho de músicos. A mãe, a cantora Clari Marson, e o pai, trompetista e violonista Algacir Costa, faziam parte do grupo ‘Os Fronteiriços’. Yamandú desde cedo via seus pais tocarem e aos 4 anos já viajava com eles pelo Rio Grande do Sul afora.

Os primeiros acordes foram aprendidos em casa, com o pai. Yamandú começou a se aproximar do violão através das festas folclóricas, que fariam parte do seu repertório profissional. É um gaúcho cheio de milongas, tangos, zambas e chamamés, sons típicos dos pampas.

Aos sete anos Yamandú partiu rumo a Maceió, Alagoas, onde faria a primeira apresentação. O show corria bem, até que seu primo o abandonou no palco quando tocavam Marina – de Dorival Caymmi. Foi aí que o violonista começou a praticar uma das suas principais virtudes, o improviso.

De volta ao sul, Yamandú decide abandonar os estudos. Os pais tentaram impedir, mas o ímpeto do gaúcho venceu e o menino largou a escola ainda na sexta série. O garoto crescia e os sons regionais não bastavam para ele. Radamés Gnatalli, Baden Powell, Tom Jobim e Raphael Rabello eram as influências a partir de então.
Aos dezessete anos se apresenta pela primeira vez em São Paulo, no Circuito Cultural Banco do Brasil. É o início do sucesso. A partir daí passa a ser reconhecido como músico revelação do violão no Brasil. Em 2001 veio o prêmio que o leva à fama: o 4° prêmio Visa de MPB. Além de um bom prêmio em dinheiro, ainda ganhou a gravação de um disco. Yamandú tinha apenas 21 anos!

Yamandú Costa, o precursor das águas – significado de seu nome em Tupi-Guarani – não precisa de acompanhamento, é um espetáculo por si só. Sempre de bombacha, lenço no pescoço e com o violão numa afinação mais alta, Yamandú é inconfundível. Os olhos cerrados, os movimentos energéticos, um cruza e descruza de pernas, inquieto com o violão no colo ele passa a energia de quem ama o que faz. E faz muito bem.

Yamandú é um músico popular, mesmo no terreno desconhecido, para a maioria, do instrumental. É a energia dele que contagia. É um verdadeiro profissional que luta contra a falta de divulgação, de público, de incentivos. Ele vence. Yamandú Costa já é lenda do violão brasileiro, está na mesma galeria de Baden Powell, Sebastião Tapajós e Raphael Rabello.