30 setembro, 2010

Trilha do Filme - O Garoto de Liverpool

Por Luiza Barros

2009
Reino Unido/Canadá
Direção: Sam Taylor-Wood
Roteiro: Julia Baird/ Matt Greenhalgh
Elenco: Aaron Johnson, Thomas Brodie Sangster, Kristin Scott Thomas, Anne-Marie Duff


Um filme que conte a adolescência de John Lennon tem uma premissa tão irresistível que é até de se estranhar que só tenham tido esta ideia agora. Ainda mais quando se sabe que o jovem John Lennon estava bem longe do líder pacifista que se tornaria com o passar dos anos. Abandonado pelo pai ainda na infância e negligenciado pela mãe, John foi criado por sua tia, Mimi Smith, uma dona-de-casa responsável e autoritária. Um ambiente familiar conturbado, ideal para gerar um garoto rebelde e mal-criado – um perfeito rockstar.

Sabendo disso, O garoto de Liverpool se empenha em mostrar como os conflitos familiares do beatle estiveram relacionados a sua escolha de seguir a carreira musical. Em cartaz atualmente no Festival de Cinema do Rio, o filme entra na vida de Lennon justamente quando esses dois universos – a família e a música – entram em ebulição. De um lado, John passa a entrar em conflito com tia Mimi após retomar o contato com a mãe, Julia (que inspirou uma das canções dos Beatles). Ao mesmo tempo, o rapaz se sente cada vez mais interessado pela música popular da época: do rock americano ao skiffle regional.

A pena é que, apesar do ótimo ponto de partida, O garoto de Liverpool não consegue empolgar. Focado no drama familiar, o longa acaba se tornando cansativo conforme a história se desenrola. Depois que o espectador já teve o suficiente das adorável referências à Liverpool dos Beatles (John passando por Strawberry Fields...), vem então aquela inconveniente pergunta: “se eu não soubesse que este é John Lennon, teria este filme tanta graça assim?”. É uma pergunta realmente válida, porque a participação dos outros beatles no roteiro deixa muito a desejar. Quem esperava ver detalhes da relação de Lennon e McCartney em seus primeiros momentos vai se decepcionar. Apesar das cenas entre os dois serem as melhores, Paul, que tinha tudo para ser um dos personagens mais interessantes do filme, é incrivelmente sub-aproveitado. Só não espanta mais do que a pouca participação de George Harrison, que é tratado como um mero figurante. Chega a parecer uma ofensa ao legado dos dois na vida real.

Dirigido pela artista plástica Sam Taylor-Wood, o filme tem até seus momentos, ajudado pela bela fotografia. Mesmo assim, fica a impressão de que poderia ter sido melhor. Ainda mais quando se sabe que quem assinou o roteiro foi Matt Greenhalgh, que também adaptou para as telas Control. Baseado na vida do vocalista do Joy Division, Ian Curtis, Control faz tudo que O garoto de Liverpool poderia ter feito, mas não fez.

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5 comentários:

  1. Esse filme eh massa demais...ja gostava muito dos beatles com o filme esse amor so aumentou...

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  2. O FILME NÃO TEM NADA DE CANSATIVO E MUITO MENOS SUB-APROVEITADO, ELE REVIGORA UM ITERESSE INEXPRORADO ATÉ ENTÃO DA HISTÓRIA DE jHON E DOS PRÓPRIOS BEATLES

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  3. O FILME É O MAXIMO! AMEI AMEI AMEI, SEMPRE GOSTEI DOS BEATLES, FOI MUITO BOM VER UM FILME SOBRE UM POUCO DA HISTÓRIA DELES.

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  4. O filme foca com maior densidade, trechos da história familiar de John Lennon, demonstrando impagáveis detalhes da relação relâmpago e densa com sua mãe biológica, a qual lhe renderam a influencia e o apoio musical que acabaram determinando o destino do maior ícone musical de todos os tempos. Sobre sua relação com os demais beatles, não cabe num só filme, talvez numa mais que merecida trilogia, quem sabe...

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  5. Amazing Movie , Greats performances !!! I loved it.This is intense and subtle delicacy. Every scene a surprise, each fact the understanding of life and its trajectory.
    Paulo Cesar Maia de Aguiar

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