13 janeiro, 2011

Amy Winehouse pela primeira vez no Rio

Uma cobertura especial, por José Alan Ribeiro


Ela disse que era problema. Depois não venha reclamar do show curtinho, da voz vacilante, das letras esquecidas em pleno palco. Eram 22h30 quando Amy Winehouse abriu sua primeira apresentação em solo carioca, na segunda-feira, 10.

Vestida de tigresa, acompanhada de uma banda com motivos tribais do tipo não-existe-pecado-ao-sul-do-Equador, eles celebravam, com uma alegria que pareceu genuína, a relativa rehab da moça nesse cantinho tropical do globo.

A música escolhida para abrir os trabalhos, Just Friends, foi como uma espécie de cartão de visitas para o roteiro que a apresentação seguiria dali para a frente: nada de muita intimidade, embora Amy sorvesse com satisfação explícita os aplausos efusivos que a plateia lhe dedicava a cada gesto (sobretudo se esse gesto fosse o gargarejo, algo recorrente, no líquido de uma caneca branca postada aos seus pés).

Apesar da relativa frieza, a sequência de Back to Black com Tears Dry on their Own foi capaz de manter alvoroçado um público que, de resto, já estava ganho desde o início da apresentação.

Dureza foi ver Amy abandonar o palco com menos de meia hora, deixando o show por cerca de 15 minutos a cargo de sua banda — que, embora excelente, não era a atração da noite.

O jeito foi aproveitar o intervalo forçado para dar uma escapulida no bar, onde era possível conseguir, a certo custo, um chope quente (R$ 5) ou uma caipirinha congelada (R$ 10).

O programa já se desenhava uma furada completa quando a sacana voltou munida de cerveja (consumida em um trago só) e de um medley matador: Rehab, You Know I’m No Good e Valerie. Desse jeito, deu até pra reconsiderar e curtir Love is a Losing Game.

Mas era só. Em You're Wondering Now, o palco já era, novamente, exclusivo da banda de apoio. Winehouse se fora sem nem um tchau protocolar. E, às 23h30, caiu a ficha: aquela tigresa improvável nos contou só parte — e sem certeza, ao que parece — de tudo o que viveu.

José Alan Ribeiro é jornalista

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sugira, comente, manifeste-se sobre esse post!