‘The Voice’ & The Conductor
Francis Albert Sinatra & Antônio Carlos Jobim foi a primeira parceria da dupla. Em 1971 Frank lançaria o disco Sinatra & Company, cujo primeiro lado conta com músicas de bossa nova que haviam sido cortadas do álbum de 1967, e uma segunda parte com influência de soft-rock. E em 1979 foi lançado apenas no Brasil um LP duplo chamado Sinatra & Jobim Sessions, com ambas as parcerias de Francis Albert Sinatra & Antônio Carlos Jobim e Sinatra & Company.
Ainda em 1967, Frank e Tom gravaram um programa de TV com Ella Fitzgerald, chamado A Man and His Music + Ella + Jobim acompanhados pelas orquestras de Nelson Riddle e Gordon Jenkins. Abaixo você pode ver uma parte do programa:
O disco reuniu versões em inglês de músicas de Tom; com arranjos de bossa nova para músicas do Great American Songbook.
1) The Girl From Ipanema (Garota de Ipanema) – Tom Jobim e Vinicius de Moraes.
A batida gostosa da bossa e os vocais intercalados de Frank e Tom preservam a carioquês da música brasileira mais executada em todo o mundo. É sem dúvida uma das melhores versões de Garota de Ipanema e foi muito bem escolhida para abrir o disco.
2) Dindi – Tom Jobim, Aloysio de Oliveira.
A batida fraca do violão marca levemente a meia-capela de Frank, a música é fluida e, como é característica da bossa, parece cantada ao pé do ouvido.
3) Change Partners – Irving Berlin
‘Change Partners’ foi escrita para o filme Carefree, de 1935, onde foi introduzida por Fred Astaire. O flerte de Fred e Ginger Rogers, quando ouvido pela primeira vez na voz de Sinatra parece já ter nascido no ritmo carioca.
4) Quiet Nights of Quiet Stars (Corcovado) – Tom Jobim
Apesar da versão em inglês mudar um pouco o sentido da letra, não se pode negar que é uma belíssima interpretação. O arranjo é maravilhoso. E mesmo perdendo as referências ao Corcovado e ao Redentor, a música ainda preserva o clima natural, de tranquilidade e paixão que o Rio de Janeiro traz. É uma das melhores músicas do disco.
5) Meditations (Meditação) – Newton Mendonça e Tom Jobim
Mais um dos clássicos da bossa nova que parece feito para a voz de Sinatra.
6) If you never come to me (Inútil Paisagem) – Tom Jobim e Aloysio de Oliveira
É visível o cuidado que se teve com a letra dessa versão em inglês de ‘Inútil Paisagem’. Apesar das construções e analogias obviamente serem diferentes da versão original, permanece o mesmo sentido da letra escrita em português. O leve piano dá um toque charmoso à música.
7) How Insensitive (Insensatez) – Tom Jobim e Vinicius de Moraes
Uma das mais belas músicas desse álbum e de toda a bossa nova. A versão original (em português) culpa o coração do poeta pelo término de um relacionamento. A versão do disco de 1967 lamenta a frieza com que o poeta tratou sua amada. As duas letras falam de culpa, perdão, orgulho e amor.
8) I Concentrate on You – Cole Porter
Essa música foi escrita por Cole Porter para o musical ‘Broadway Melody of 1940’ e introduzida por Douglas McPhail. Ella Fitzgerald também gravou uma versão muito conhecida dessa música. Assim como ‘Change Parterns’, para quem escuta ‘I Concentrate on You’ pela primeira neste álbum de Sinatra e Jobim, é difícil imaginar que a música não tenha sido composta em ritmo de bossa nova. A letra romântica e esperançosa, no entanto um pouco melancólica, ganha outra vida com o arranjo, a interpretação de Frank e as pequenas intervenções vocais de Tom.
9) Baubles, Bangles and Beads – Robert Wright e George Forrest
Essa música foi escrita para o musical Kismet. Uma das melhores escolhas para este disco. A letra alegre, cheia de jogos de palavras, coube perfeitamente no arranjo de Claus Ogerman. Com um tom tranquilo, mas extremamente brincalhão, ‘Baubles, Bangles and Beads’ dá vontade de dançar
10) Once I loved (O amor em paz) – Tom Jobim e Vinicius de Moraes
A introdução lembra os antigos musicais, mas uma batida marcante antecede a entrada de Sinatra. Como ‘Garota de Ipanema’ era a música perfeita para abrir esse álbum, ‘O amor em paz’ tem a medida certa para fechá-lo.
Fiquei com vontade de ir ao Arpoador, ouvir uma bossa nova, enquanto tomo uma água de coco. Mas no fim de tarde, porque está muito quente!
ResponderExcluirMuito boa a resenha, Mari. Sinatra e Jobim é classe pura.
ResponderExcluirPois Robson, quando tava ouvindo o cd pra fazer a resenha deu vontade de ir a praia mesmo...por isso que eu usei todo o meu lado poético na escrita, haha!
ResponderExcluirValeu Luiza!