Por Luiza Barros
Como falar dos Beatles? A banda de Paul, John, George e Ringo foi o maior fenômeno musical do século XX. Juntos, derrubaram fronteiras e preconceitos, foram os porta-vozes de sua geração, mudaram a forma de se fazer negócios na indústria fonográfica. E, acima de tudo, compuseram músicas soberbas, sublimes e universais, que mesmo décadas depois emocionam da mesma maneira de quando foram ouvidas pela primeira vez, nos idos de 1960.
Os Beatles, na verdade, surgiram de uma outra banda, The Quarry Men, criada em 1957 pelo rebelde John Lennon com seus colegas do Quarry Bank High School. Inicialmente, o grupo tocava skiffle, gênero popular na época que misturava folk com blues e country. Logo juntaram-se à banda o talentoso Paul e seu colega da escola, o caçula George, de apenas 15 anos.
Assim como as muitas outras bandas de rapazes que despontavam em Liverpool, o Quarry Men se apresentou em basicamente todo lugar de Liverpool que topasse recebê-los. Aos poucos, o skiffle foi ficando de lado para dar espaço a uma novidade, o rock'n'roll. Em 1960, resolveram mudar seu nome, que os associavam ainda ao antigo colégio de John. Foi o ex-integrante Stuart Sutcliffe que deu a ideia inicial, Beetles (besouros), em alusão à gíria utilizada por motoqueiros para chamar as garotas no filme O Selvagem. John propos mudar a ortografia para The Beatals, um trocadilho com o termo beat, que significa batida musical e também nomeia o movimento de contracultura dos anos 50 e 60 liderado por Jack Keuroac. Em algum momento, a ortografia mudou de novo, e acabou ficando como The Beatles.
No mesmo ano, a banda foi tentar a sorte em Hamburgo, na Alemanha. Foi um período de trabalho duro, em que eram obrigados a tocar sem parar por horas a fio. Além disso, os lugares onde se apresentavam estavam longe de serem respeitáveis; eram boates que ficavam no conturbado bairro de Sankt Pauli, foco de prostituição e drogas. A temporada foi encerrada prematuramente, com a deportação de George – que era menor de idade, e logo, não tinha permissão para trabalhar lá. Mesmo assim, isso não impediu do grupo retornar à cidade para outras temporadas mais tarde.
Mas foi em 1961, de volta à Liverpool, que os meninos conheceram talvez a pessoa mais importante de sua carreira: o empresário Brian Epstein, dono da NEMS, uma próspera loja de discos da cidade. Epstein, que era conhecido por seu refinamento, não se identificava nem um pouco com a música barulhenta dos Beatles. Mesmo assim, viu ali uma boa oportunidade de fazer negócios e resolveu apostar. Começou a correr atrás de uma gravadora, marcando testes na EMI, Decca, etc. A resposta foi negativa de todos, menos da sua última alternativa: a Parlophone, associada pouco conhecida da EMI. O responsável por contratá-los, Geroge Martin, não ficou impressionado. Mas achou que eles tinham carisma. Mal sabia ele que aquele contrato assinado mudaria sua vida também – Martin produziu quase todos os discos do quarterto, exceto por Let It Be. Com um grande conhecimento de música, o trabalho de Martin foi essencial na construção da obra dos Beatles.
O encontro com George Martin também foi decisivo no futuro de outra vida em especial: a de Richard Starkey, ou, como ficou conhecido, Ringo Starr. Martin não gostou da bateria de Pete Best e sugeriu que ele fosse trocado. Os Beatles poderiam ter insistido, mas a verdade é que já estavam insatisfeitos com Best faz tempo, por motivos que ultrapassavam a música – considerado o mais bonito do grupo, Best era o favorito das garotas e ofuscava os demais integrantes. Quando Ringo foi convidado para substituí-lo, topou na hora. Naquela época, tocava com outra banda egressa de Liverpool, o Rory Storm and the Hurricanes. A aceitação dos fãs não foi fácil; mesmo assim, Ringo acabou virando um dos Beatles mais queridos.
Estavam formados os Beatles. Em março de 1963, foi lançado o primeiro LP, Please Please Me, que contava com hits como "Twist and Shout", "Love Me Do" e a própria faixa-título. O disco foi gravado em apenas um dia, de uma vez só. O esforço da banda fica mais evidente ainda quando se sabe que John Lennon estava resfriado no dia e gastou a voz até o limite. Confira abaixo o vídeo com uma apresentação de "Please Please Me", canção que fez a banda estourar nas paradas:
Daí pra frente, a história dos Beatles é bem mais conhecida. A beatlemania se arrastou com velocidade incrível pelo mundo. Mas não bastou chegar ao topo. Em 1965, apenas três anos após sua estreia, a banda deu início a uma nova fase com o disco Rubber Soul. Faixas como "Nowergian Wood (This Bird Has Flown)" já evidenciavam mudanças, não só no uso de instrumentos inusitados, como o sitar de George Harrison, como nas letras, mais complexas. Os Beatles se tornariam obcecados com a experimentação no estúdio, e também fora dele: foram introduzidos à maconha por Bob Dylan, e depois, ao LSD, por um excêntrico dentista londrino (A música "Dr. Robert" foi feita para ele). O ápice desses experimentos foi Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, um dos primeiros discos conceituais da história e marco da psicodelia. Veja abaixo um vídeo com imagens da banda, ao som de "Norwegian Wood", uma das músicas que inaugurou a fase madura da banda:
Junto com o brilhantismo, surgiram também os desentendimentos. John e Paul rivalizavam mais do que cooperavam, enquanto George lutava por um pouco de atenção – afinal, com o passar do tempo, suas composições ficavam cada vez melhores. E cada vez mais afundado nas drogas, John se isolava. O relacionamento com Yoko Ono aprofundou essa atitude: ela pouco falava com os outros integrantes e, mesmo assim, John esperava que eles aceitassem as opiniões de sua excêntrica namorada. Durante as gravações de Let It Be, a situação ficou insustentável e o projeto foi deixado de lado. A retomada foi feita com Abbey Road, último disco gravado pelo conjunto (apesar de ter sido lançado antes de Let It Be). A ideia era fazer “um disco como nos velhos tempos”. O resultado foi uma obra magnífica, que encerrou a discografia do quarteto com o nome do estúdio de gravação onde boa parte de todas aquelas maravilhas foram produzidas.
Pesquisa Bibliográfica: The Beatles - A Biografia, de Bob Spitz
É sempre interessante os diversos detalhes da história dos beatles. E o melhor album ? For me Rubber Soul.
ResponderExcluirParabéns pelo blog.
Não sei dizer se é o melhor, mas o Rubber Soul é realmente o meu favorito. Ele tem alguma coisa de especial, não sei dizer. xD
ResponderExcluirE muito obrigada pelo apoio! :)
Boa tarde, estamos lhe convidando a participar da nossa rede de blogs que custeia o servidor e um dominio www.seudominio.com para o seu blog virar um site. Em troca você teria que colocar um banner da nossa empresa, caso se interesse pode entrar em contato pelos e-mails: phbrito@windowslive.com brito@oficinadosbits.com.br MSN:phbrito@windowslive.com Atenciosamente, Brito - Oficina dos Bits Gerente de Marketing Web. brito@oficinadosbits.com.br MSN:plantao1@oficinadosbits.com.br skype: oficinadosbits_plantao1
ResponderExcluirRubber Soul tb é meu favorito!!
ResponderExcluirMuito legal o post Luiza!!
ahhhh... nao sei qual é mau favorito...
ResponderExcluirLuiza a materia estava muito boa! ^^