28 novembro, 2009

Trilha Certa - Circo Voador

Por Robson Sales

“Todo domingo estava eu, dançando gafieira ao som da Orquestra Tabajara”, relembra Robson Sales, meu pai e um ex-frequentador assíduo da Domingueira Voadora, um baile que encerrava o fim de semana no Circo Voador.

Mas a história do Circo Voador vai muito além dos bailes de dança de salão...

Um grupo de artistas, liderados por Perfeito Fortuna e a trupe Asdrúbal Trouxe o Trombone, estavam carentes de espaço quando tiveram a ideia de montar uma lona cultural. Primeiro, o circo foi armado na praia mais famosa dos anos 1980: o Arpoador, em Ipanema. O que era para durar apenas o mês de janeiro, se estendeu por todo o verão de 1982. Se não fosse a fiscalização retirar a lona azul e branca, as apresentações continuariam inverno afora.

O sucesso empolgou os produtores, que procuraram alternativas para continuar o projeto. Até que, em 23 de outubro de 1982, a prefeitura cedeu um terreno sob os Arcos da Lapa, e entre 54 palmeiras imperiais pousou o novo Circo Voador.

As luzes do sucesso estavam viradas para o Circo, que foi o berço do Rock Brasil e de bandas que marcaram uma geração como Barão Vermelho, Blitz e Paralamas do Sucesso. Já nos anos 1990, a histórica casa foi porta de entrada para talentos como Lenine, Cidade Negra, e O Rappa.

Mas as dívidas fecharam o Circo Voador em 1996. Além disso, a casa não conseguia manter os vizinhos longe do barulho das guitarras, até que a Prefeitura carioca cassou o alvará. Porém, nenhum outro espaço físico surgiu como alternativa e, em julho de 2004, o Circo Voador voltou ao Rio de Janeiro e à cultura brasileira.

O Circo Voador é mais que uma casa de shows. O Circo fomenta cultura, forma artistas e abriga alguns movimentos culturais mais importantes para a cidade do Rio de Janeiro.

A aura que ronda o Circo atravessou mares e quando a banda escocesa Franz Ferdinand veio ao Brasil, fez questão de tocar na histórica e aconchegante casa de espetáculo. Da Zona Sul à Zona Norte, quem for ao Circo Voador vai se sentir bem recebido. Há uma magia por lá, que faz o show ser ainda melhor!

Chegar lá é simples, a Lapa fica próxima a Cinelândia e ao Passeio Público. Mas estacionar o carro é ruim.

De ônibus, se você vem da Zona Norte pode pegar o 433 ou 434, que passam em frente ao Circo Voador. De táxi, até o maracanã dá, no máximo, R$ 15. Ainda há o metrô, que circula até meia-noite.

Para Zona Sul, o 433 e o 434 vão para o Leblon e passam pela Av. Nossa Senhora de Copacabana e pela Lagoa. O 409 passa pelo Jardim Botânico e Humaitá. No aterro e na Cinelândia há mais opções de ônibus, embora nem sempre seja seguro ficar esperando condução naquela praça. Até o Leblon, uma corrida fica por menos de R$ 25.

Quem mora do outro lado da poça e não tem carro, não desista! Há vans e ônibus, que saem de Icaraí e passam pelo centro, que te deixam na Lapa. Se for de barcas, vai andar um pouco, de 20 a 30 minutos. Na volta, não há mais barcas nem ônibus. O jeito barato é pegar um táxi até o ponto final do 100, o motorista vai te cobrar R$ 7, nunca mais que isso. Ou então vá direto, negocie com o taxista. Por R$ 40 reais ele te leva até Icaraí, na porta de casa.


2 comentários:

  1. Moro na Irlanda e sabe do que eu mais sinto falta nas atracoes culturais do Rio ? Do Circo Voador.
    Troco qualquer superhipergiga producao pelos shows que rolavam e acredito eu continuam rolando por la'...

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  2. Desde pequeno sou apaixonado por música e de uns ano pra cá, aliei essa antiga paixão a uma mais recente: a fotografia.

    Já tinha ouvido falar do famigerado Circo Voador, e em breve pretendo fazer uma visita e quem sabe clickar algum momento bacana nessa casa que, ao que percebo é "o berço da boa música" na cidade maravilhosa.

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