25 fevereiro, 2010

Lado B - O triângulo amoroso mais famoso da história do rock


Pattie com o marido George Harrison: "Something in the way she moves"

Hoje, 25 de fevereiro, George Harrison estaria completando 67 anos caso estivesse vivo. Como ele já seria tema de algum post nesse blog mais cedo ou mais tarde, nada mais justo do que fazê-lo hoje. E ainda estreando uma nova seção no site, a Lado B, que vai falar sobre os bastidores da música – das histórias mais divertidas às mais bizarras. Mas se você não se importar, pode chamar de fofoca mesmo.

É bem verdade que talvez George vendo lá de cima fique um pouco chateado de eu estar falando da vida dele aqui para vocês. Ainda mais quando eu vou falar sobre a história de amor, amizade e traição que envolve ele, a sua então esposa Pattie Boyd e o seu então melhor amigo Eric Clapton, outro deus da guitarra, que felizmente ainda vive entre nós. Mas eu tenho uma boa desculpa – o que rolou nessa história interferiu diretamente na produção artística dos dois. Estou perdoada, George?

Tudo começou quando o nosso “Quiet Beatle” conheceu a modelo com rosto de boneca Pattie Boyd em 1964, nas filmagens de “A Hard Day’s Night” (O Reis do Iê-Iê-Iê aqui no Brasil). Com apenas 19 anos então, ela fazia um papel pequeno como uma das fãs dos Beatles. Comprometida, a moça resistiu aos primeiros avanços do guitarrista. Mas dois anos depois os dois já estavam casados, tendo Paul McCartney como “best man” (próximo ao nosso padrinho aqui no Brasil).

George e Pattie em "A Hard Day's Night"

A união dos dois contava com uma boa cumplicidade: George experimentou LSD pela primeira vez junto com Pattie, e os dois também viajaram juntos para o retiro espiritual do guru Maharishi, na Índia. E vale lembrar, foi a partir daí George alcançou sua maturidade musical. “Something”, uma de suas melhores músicas com os Beatles, foi feita para a esposa. Uma balada dilaceradora de corações, diga-se de passagem.

Mesmo assim, o relacionamento do casal começou a ruir conforme os Beatles também ruíam. A beleza de Pattie atraía outros homens – entre eles Mick Jagger, Ronnie Wood (com quem ela teve um caso em 1973) e até o colega do marido John Lennon. Em defesa de Pattie, vale lembrar que por outro lado George estava longe de ser um homem fiel, e se tornava cada vez mais introspectivo conforme mergulhava em sua procura espiritual.

Dos avanços de todas essas estrelas, nenhum seria mais incisivo do que o do Eric Clapton. No final dos anos 60, George se tornou cada vez mais próximo do guitarrista. Convidou-o inclusive para participar das gravações do White Album, no qual Eric contribuiu com o solo de “While My Guitar Gently Weeps” (ironicamente, o melhor solo da banda). Com a proximidade, Clapton caiu de amores pela mulher do amigo. Tentando substituí-la, chegou até a namorar com a irmã caçula dela, Paula. De nada adiantou. O astro então resolveu canalizar suas dores para o que sabe fazer de melhor – música. Com a banda Derek & The Dominos, fez um disco inteiro em sua homenagem: “Layla and Other Assorted Love Songs”. Obviamente, a Layla do disco tinha na realidade outro nome. Quando Paula ouviu a música, terminou com Clapton na hora. Com duas versões igualmente felizes, “Layla” se tornou um dos sucessos mais duradouros do guitarrista. Outro hit feito para a moça foi “Wonderful Tonight”, de 76. E claro, ele ganhou a garota. Em 1979, quando Pattie e George já eram poeira há tempos, Clapton se casou com sua musa.

Ele conseguiu o que queria: Clapton, finalmente com Pattie

Se eles viveram felizes para sempre? Claro que não. Estamos falando de roqueiros aqui. Clapton poderia ser Deus, mas também era um alcoólatra e viciado em heroína, que podia ficar violento quando menos se esperava. Além disso, ele conseguiu ser pior do que George no quesito fidelidade: chegou a ter uma filha fora do casamento, da qual Pattie só descobriu a existência seis anos após o nascimento. Os dois se divorciaram legalmente em 1989. Final amargo para eles, feliz para nós: as músicas permanecem.

PS: Cliquem nos links das músicas. Os vídeos são maravilhosos.

4 comentários:

  1. Fofoca de mais de 30 anos, mas ainda boa! hahaha
    Adorei a história!

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  2. Gostei da nova seção... dá pra lotar de posts só com o "lado B" da carreira dos Beatles, rsrs. Queria ler sobre o caso John e Yoko. Adoro.
    No aguardo, hein...

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  3. Gostei muito do post!
    Apesar de adorar o Clapton ainda fico com um pouco de raiva pelo o que ele fez com a Pattie.
    Também posso pensar que além de ser aniversário do George você escreveu esse post em homenagem a sua querida irmã?
    hauhauhauhahuahua

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  4. Muito bom, só sabia dessa história por alto, não conhecia esses detalhes.
    Parabéns!

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