14 abril, 2010

Lado B - Eleanor Rigby (The Beatles)

“Eu estava sentado ao piano quando pensei nisso. Os primeiros compassos vieram a mim e eu fiquei com esse nome na cabeça... ‘Daisy Hawkins picks up the rice in the church'(Daisy Hawkins recolhe arroz na igreja). Não sei por quê. Não conseguia pensar muito mais, então coloquei isso de lado pelo resto do dia. Foi quando Father McCartney (sic) veio a minha cabeça, e todas as pessoas solitárias. Mas eu achei que pudessem pensar que se tratava do meu pai remendando as próprias meias. Papai é um cara feliz. Então eu fui até a lista telefônica e achei o nome McKenzie”. Essa é a versão de Paul McCartney para a composição de Eleanor Rigby, considerada uma das melhores canções dos Beatles. Mas não é a única. (Aconselho que você acompanhe a letra de ‘Eleanor Rigby’, antes de continuar lendo este texto)

Segundo Paul, o nome Eleanor Rigby só veio depois, inspirado pela atriz Eleanor Bron que atuou com os Beatles no filme Help!. O Rigby foi tirado de uma loja em Bristol, a Rigby & Amp – “Eu gostei do nome. Estava procurando um nome que soasse natural e Eleanor Rigby parecia natural” – explica McCartney.

Estátua de Eleanor Rigby em Liverpool. A placa diz “Dedicada a todas as pessoas solitárias

John Lennon declarou em 1980 que o primeiro verso da canção era de Paul e o resto da música era basicamente dele. No entanto, o amigo Pete Shotton, que contribuiu na composição junto com George Harrison e Ringo Starr, diz que John estava com a memória falha e que Eleanor Rigby “foi uma 'Lennon-McCartney' clássica na qual a contribuição de John foi virtualmente nula".

A segunda versão (ou seria a terceira?) para a composição de Eleanor Rigby, é pura especulação. Dizem por ai, que o ‘Father McKenzie’, seria Tommy Mckenzie, mestre de cerimônias do Northwich Memorial Hall. E a tal Eleanor Rigby existiu; em 1980 foi encontrado um túmulo com esse nome no cemitério de St. Peter’s Parish Church, em Liverpool. Há poucos metros de distância do túmulo de Eleanor se encontra outro com o antigo nome de ‘McKenzie’ rabiscado. Na adolescência, Lennon e McCartney costumavam passar um tempo tomando sol nas redondezas desse cemitério. E foi em uma quermesse na igreja de St. Peter’s que Paul e John se conheceram. O próprio Paul esclareceu que essa ‘coincidência’ entre a letra da música e a realidade poderia ser uma produção do seu inconsciente ao invés de uma casualidade sem sentido.

A Eleanor Rigby enterrada no St. Peter’s Parish Church nasceu em 1895 e morreu aos 44 anos. Em 1990, um documento assinado por Eleanor foi doado por McCartney ao Sunbeams Music Trust e em 2008 foi vendido a um colecionador por £115.

Qualquer que seja a história por trás de Eleanor Rigby, essa é uma música que fala de solidão (“All the lonely people, where do they all come from/ All the lonely people where do they all belong”) e foi uma das canções que marcou a transição dos Beatles de uma orientação mais pop, para uma banda mais séria e experimental.

3 comentários:

  1. Quando eu era criança, eu tinha medo de "Eleanor Rigby"...hehe
    É meio tensa...

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  2. Hahaha, medo de Eleanor Rigby! Se bem que quando eu era criança tinha medo de "Meu doce vampiro", da Rita Lee. Ficava com medo de me apaixonar tb por um vampiro, ele me morder e eu virar malvada. Sério!

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  3. Eu gostava muito dessa musica quando era criança, ainda gosto. É como se o mundo que é só meu ficasse menos vazio...

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