01 abril, 2010

Trilha Nova - O Baile do Simonal

Por Raiane Nogueira

O Baile do Simonal
(EMI, 2009)

1. País tropical (Seu Jorge) / 2. Carango (Samuel Rosa) / 3. Nem vem que não tem (Marcelo D2) / 4. Mamãe passou açúcar em mim (Mart'nália) / 5. Aqui é o país do futebol (Wilson Simoninha) / 6. Meia-volta (Rogério Flausino) / 7. Na tonga da mironga do kabuletê (Fernanda Abreu) / 8. Meu limão, meu limoeiro (Max de Castro) / 9. Está chegando a hora (Diogo Nogueira) / 10. Na galha do cajueiro (Péricles & Thiaguinho) / 11. Vesti azul (Frejat) / 12. Que maravilha (Maria Rita) / 13. Mustang cor de sangue (Os Paralamas do Sucesso) / 14. Balanço Zona Sul (Sandra de Sá) / 15. Terezinha (Orquestra Imperial) / 16. Lobo bobo (Ed Motta) / 17. Remelexo (Caetano Veloso) / 18. Sá Marina (Alexandre Pires) / 19. Zazueira (Lulu Santos) - bônus

Nem vem que não tem... duvido que você não conheça nenhuma música de Wilson Simonal. Até porque o cantor nunca esteve tão na moda. Nove anos depois de sua morte, o Rei do Swing ganhou diversas homenagens no ano passado, com direito a filme, livro e a um tributo muito especial. Em agosto de 2009, os filhos de Wilson Simonal – Simoninha e Max de Castro – honraram o talento do pai, com a produção e direção do projeto O Baile do Simonal, gravado no Vivo Rio.

O show que deu origem ao CD/DVD foi uma verdadeira festa, bem no estilo do homenageado. Os arranjos são ótimos e a maioria do elenco escolhido para homenagear Simonal retratou bem a malandragem e “malemolência” do cantor.

Apertei o play e o baile começou na minha casa. O início da festa foi animado, com Seu Jorge cantando País tropical. Na sequência, Samuel Rosa interpretou muito bem a canção Carango. Nessa hora, eu já estava super empolgada, cantando junto. A propósito, um trecho dessa música dá nome ao documentário sobre o cantor.

Um dos melhores momentos do show foi a participação de Marcelo D2, interpretando Nem vem que não tem. O cantor realmente voltou à pilantragem, como disse Simonal em trecho original reproduzido no início da música. A versão começa com uma gargalhada contagiante de Simonal. É muito boa!






Além disso, as faixas Mamãe passou açúcar em mim, cantada por Mart’nália, e o chá-chá-chá Terezinha, com a performance da Orquestra Imperial, são diversão garantida. E não poderia deixar de falar da clássica A tonga da mironga do kabuletê, engraçada por si só, interpretada por Fernanda Abreu e seu sotaque carioca.

Também merecem destaque no álbum as participações dos filhos de Simonal, Max de Castro, em Meu limão, meu limoeiro – que me fez relembrar os tempos de criança – e Simoninha e sua voz que lembra a do pai, em Aqui é o país do futebol. O show ainda contou com excelentes performances de Frejat, em Vesti azul, e dOs Paralamas do Sucesso, interpretando Mustang cor de sangue.

Mas o baile teve os seus pontos fracos. As versões de Meia-volta, com Rogério Flausino, Que maravilha, com Maria Rita, e Lobo bobo, cantada por Ed Motta, deixaram muito a desejar e quebraram o "suingado" do disco. A grande Sandra de Sá também não empolgou muito em Balanço Zona Sul. Para completar, a escolha de Alexandre Pires como intérprete de Sá Marina e a faixa bônus Zazueira, gravada em ritmo de funk (???) por Lulu Santos, na minha opinião, distorceram dois grandes sucessos de Wilson Simonal. Não gostei.

Escorregões à parte, O Baile do Simonal traz de volta ao cenário musical um grande cantor brasileiro. Na década de 70, ele foi acusado de ser informante do Dops, um dos órgãos da ditadura militar no Brasil. Na época, muitos artistas e o público se voltaram contra o cantor. Agora, anos mais tarde, todos fazem coro novamente em tributo ao Rei do Swing.

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