Eu sou o samba
Sou natural daqui do Rio de Janeiro
Sou eu quem levo a alegria
Para milhões de corações brasileiros
(Zé Keti)
O samba tem um som que contagia. É só ler os versos do Zé Keti que as mãos já começam a batucar na mesa enquanto os pés ditam o ritmo no chão. O ritmo tipicamente nacional tem um dia no calendário só para ele, e não são dias de carnaval. O dia do samba é hoje, 2 de dezembro.
Declarado como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Iphan em 2007, o samba ganhou esse dia por iniciativa de um vereador da Bahia, Luis Monteiro da Costa. O político escolheu essa data em homenagem a Ary Barroso, o grande compositor fez o sucesso “Na baixa do sapateiro” sem nunca ter ido a Salvador, e fez sua primeira visita no dia 2 de dezembro.
A história do ritmo, principalmente no Rio de Janeiro, está diretamente ligada às Escolas de Samba e aos desfiles na Sapucaí. Mas o começo do samba em blocos de carnaval não foi nada profissionalizado. Em meados dos anos 20 nasceram blocos carnavalescos no Estácio de Sá, Osvaldo Cruz, Mangueira, Salgueiro e São Carlos. O mais importante nessa época era a festa e não a competição.
Desse grupo de blocos a “Turma do Estácio” se destacou, criando em 1928 a primeira escola de samba, a “Deixa Falar”. Participaram da fundação os sambistas Ismael Silva, Silvio Fernandes, Oswaldo Vasques, entre outros. A escola foi a primeira a desfilar no carnaval carioca com uma bateria, uma orquestra formada por surdos, cuícas e tamborins.
A classificação escola de samba foi uma brincadeira dos fundadores. Na rua existia uma Escola Normal, que formava professores primários. A “Deixa Falar” seria a escola formadora de professores de samba.
A agremiação conquistou os moradores e estimulou a criação de outras escolas. Foi nessa época que surgiram as grandes escolas do carnaval do Rio, como Estação Primeira (Mangueira) e Vai que pode (Portela). Anos depois a “Deixa Falar” trocou de nome, passando a se chamar Estácio de Sá, mas manteve as cores vermelho e branco em seu estandarte.
Hoje, mais de oitenta anos depois da Deixa Falar, o carioca e o brasileiro continuam apaixonados pelo samba. O ritmo que apresentou brilhantes compositores nacionais ainda tem muito fôlego e anos pelo frente, assim esperamos. Afinal, “Quem não gosta de samba bom sujeito não é. É ruim da cabeça ou doente do pé”.
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