Pelo colaborador Ramon Cardoso*
O samba é um ritmo original de Angola e do Congo (Semb, ou Semba = umbigada) trazido para o Brasil pelos negros durante o período de escravidão. Devido à forte influência portuguesa, incorporou instrumentos de corda tradicionais portugueses e instrumentos de sopro de outros países, anteriormente incorporados à cultura musical de portugal.
Em sua chegada ao Brasil, concentrou-se principalmente na Bahia, nos sambas de roda realizados pelos descendentes de escravos. No fim da primeira metade do séc. XIX, foi trazido para a então capital do império (Rio de Janeiro) pelos negros que para cá imigraram e instalaram-se. Dessa época deriva o início do que hoje conhecemos como samba, uma mistura do ritmo dos escravos com a polca, maxixe (principalmente), baião, xote, lundu, entre outros, ritmos estes já praticados na cidade.
Na primeira metade do século seguinte o ritmo ganha uma singularidade carioca e diversos adeptos representativos, como Donga, Pixinguinha, João da baiana, Almirante e Dorival Caymmi. Já no fim da década de 20 o samba recebe uma nova roupagem por meio de compositores dos blocos carnavalescos (futuras escolas de samba) do Estácio, Oswaldo Cruz, Mangueira e Salgueiro.
Na segunda metade desse mesmo século, após ganhar espaço nas rádios e, consequentemente, nos demais bairros do RJ, o ritmo começa a ser presença comum nas festas realizadas pelos sambistas, regadas a muita bebida e comida. A essas festas dava-se o nome de pagode (origem nas senzalas), nome mais tarde associado a um “novo estilo” musical, baseado na inserção de novos instrumentos, como repique de mão e tantã, inicialmente e, mais tarde, teclado e bateria.
*Ramon é estudante de Marketing e sambista nas horas vagas
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Po legal!
ResponderExcluirSempre achei que pagodeiro era sambista com dor de cotovelo. Mas ta mais pra primo feio do samba né?! rs
Grato pelo esclarecimento.
Parabéns pelo texto.