29 dezembro, 2009

Trilha Antiga - Legião Urbana I (Legião Urbana)


Legião Urbana "I" - Legião Urbana
1985
EMI - Odeon
(1. Será/2. A Dança/3. Petróleo do Futuro/4. Ainda É Cedo/5. Perdidos No Espaço/6. Geração Coca-Cola/7. O Reggae/8. Baader-Meinhof Blues/9. Soldados/10. Teorema/11. Por Enquanto)

Brasília não me atrai. Nunca a visitei. As obras faraônicas de Niemeyer sempre me pareceram um grande exagero, ouso até dizer, um exagero. Se vivesse na época, provavelmente seria um daqueles chatos que se opunham à sua construção. Listaria todas as coisas que poderiam ser feitas com o dinheiro investido; hospitais, escolas, saneamento, etc. Tudo que até hoje não temos. Mas, paradoxalmente, sou grata a Brasília. Pois sem Brasília, jamais existiria esse disco, primeiro da Legião Urbana.

Cerca de vinte anos após sua fundação, a capital via surgir uma cena musical que não era nada mais do que sua representação. Isolada, política e angustiada, a geração que crescera em meio a prédios modernistas e ruas sem esquinas finalmente ganhava voz. Primeiramente, com a crueza do punk do Aborto Elétrico, (banda da qual Renato Russo fez parte e que gerou muitas das músicas que compoem esse disco) e depois, um pouco mais amadurecida e lapidada, mas ainda perguntando com a mesma coragem: “será que vamos conseguir vencer?”

Estava tudo ali. Em onze faixas, a banda exteriorizava todos os demônios dos jovens da época, hoje nossos pais: o arrastado período de transição da ditadura, que fazia “filósofos suicidas” e “agricultores famintos” desaparecerem “debaixo dos arquivos”, em “Petróleo do Futuro”, a realidade opressora que criava personagens como o de “O Reggae”, a dificuldade de se concretizar um romance de “Perdidos no Espaço” ou “Ainda É Cedo”. A inspiração musical podia até beber na fonte dos ingleses contemporâneos (Smiths, Cure, Joy Division...), mas as letras, sim, as letras eram produtos exclusivos do talento de Renato Russo.

A Legião e sua paisagem urbana

Aquela era a “Geração Coca-Cola”, anunciava o cantor sem rodeios, que agora devolveria tudo o que receberam da vida – nem que fosse só através da música. Mais densa do que “Geração...”, “Baader-Meinhof Blues” explica melhor o sentimento coletivo dessa juventude: estavam “cheios de se sentir vazios”. O título da faixa, que faz alusão ao grupo terrorista da extrema -esquerda alemã, é mais uma hipérbole do que uma ameaça. Mas nem a própria juventude escapava: “se acha tão moderno/mas é igual aos seus pais”, é o recado de “A Dança”, que expõe a hipocrisia dos rebeldes sem causa.

E depois de tanta fúria, a calmaria. O disco se encerra com a bela e quieta “Por Enquanto”, uma das joias da banda, regravada por Cássia Eller em 1990. Triste e repleta de paradoxos, a letra simples consola e lembra: “estamos indo de volta pra casa”. Seja lá onde essa casa for, em Brasília ou aqui.

Um comentário:

  1. e do tipo d banda q da orgulho de ouvir e dizer q é brasileira.
    o//
    alias falando em legião
    vi um cover do renato russo
    pqp
    igualzinho
    kkkkkkk;;;
    primeira vez aqui
    gostei e ano q vm virei mais vezes encher o saco aqui xD ~
    tenho um blog bocadekabide
    q chamo de bokitta de lo kabizze [italiano pq é chik] em frances é mais ainda...bouquétê di Kabidêu [é q vc num viow minha pronuncia ainda]
    mas enfim...desejar um lindo fim d ano e q 2010 seja bm melhor pra todos nós.
    um grande abraço
    ótima terça e feliz dia do enfeite d arvore de natal de forma cilindrica que quebra fácil.
    Fui...até 2010 ....

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