25 abril, 2010

Trilha Especial - Woodstock



“Venha a pé ou de bicicleta porque é mais rápido”, foi esse o conselho que um jovem dava ao amigo, no orelhão. A estrada de chão que levava a pequena cidade de Bethel, no estado de Nova Iorque, estava abarrotada com mais de 130 mil carros que não saiam do lugar. Onde era esperado 50 mil pessoas, receber 400 mil é sinônimo de bagunça.

Porém, tudo na paz. Entre os dias 15 e 17 de agosto de 1969 os jovens puderam realizar o sonho de paz e amor preconizado pelo movimento hippie. O Festival de Woodstock, que reuniu astros como Jimi Hendrix, Janis Joplin, Santana e The Who, foi uma utopia de que dias melhores viriam. Em meio a Guerra do Vietnã, a juventude sonhava com uma sociedade anticompetitiva e apolítica.

Depois de problemas com a prefeitura da cidadezinha de Woodstock, os produtores entraram num acordo com o fazendeiro Max Yasgur, que aceitou alugar seu sítio em Bethel para sediar os shows. Logo no primeiro dia o festival foi declarado livre: quem não tinha comprado antecipadamente o ingresso, não precisou mais fazê-lo. Era a única alternativa. A uma semana do espetáculo, milhares de jovens acampavam no pasto e impediam a construção de cercas ou roletas na entrada. Foi um prejuízo de U$ 2 milhões. Porém o prejuízo foi recuperado na bilheteria do documentário Woodstock, que tirou a Warner do buraco e levou o Oscar de melhor documentário em 1994.

Os boatos sobre a ruína nas finanças dos organizadores chegaram até as bandas. O empresário do The Who disse que não aceitava mais cheque e sua banda só entraria no palco, completamente sem infra-estrutura, se os produtores pagassem em dinheiro o cachê de U$ 50 mil.

The Who, aliás, é uma banda que levou a loucura da plateia aos bastidores. John Entwistle (baterista), afirmou que até inocentes sucos de frutas estavam cheios de LSD. Mas os hippies se fartavam na fazenda. Entre banhos nus nos riachos da propriedade e tragadas no baseado, os jovens se experimentavam no sexo, traduzindo da melhor forma o lema sexo, drogas e rock’n roll.

No segundo dia de Woodstock, uma tempestade caiu sobre as cabeças do público. Porém isso foi tirado de letra pela moçada, que aproveitou para relembrar a infância, se lambuzando na lama. A princípio tentou-se afastar a chuva com a força do pensamento positivoe aos gritos: "No rain! No rain!". Depois, o jeito foi aproveitar a bagunça, brincando de tobogã e cantando livremente.

Ninguém melhor que Jimi Hendrix para fechar o Festival de Woodstock no terceiro dia. O evento que marcou a contracultura foi coroado pela antológica apresentação de um distorcido hino americano, numa escrachada crítica a Guerra do Vietnã. Star-Spangled Banner representou a fúria de uma geração que só queria a paz, com o tempero do sexo e das drogas.


2 comentários:

  1. Olá, podemos trocar links de divulgação ?

    abraçoss

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  2. Woodstock foi um evento histórico.Ótimo post e ótimo blog

    Até mais !!!

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