09 dezembro, 2010

Capas de disco históricas – Secos & Molhados (1973)




Irreverente, ousada e até um pouco assustadora. A capa do disco de estréia dos Secos & Molhados é uma das imagens mais fixadas no imaginário do rock brasileiro. Não só por sua foto, mas também pelo que o disco representou: lançado em 1973, “Secos & Molhados” traz alguns dos maiores clássicos da banda. Músicas como “Sangue Latino”, “O Vira” e a belíssima “Rosa de Hiroshima”, cuja letra é um poema de Vinícius de Moraes.

A capa é uma brincadeira com o próprio nome da banda. Criação do fotógrafo Antônio Carlos Rodrigues, que trabalhava no “Última Hora” carioca, a foto apresenta um banquete com produtos que costumavam ser vendidos nos pequenos comércios do tipo “secos e molhados”: lingüiça, cebola, vinho barato. De prato principal, as cabeças dos integrantes da banda, cada uma em uma bandeja. Inclusive a do baterista argentino Marcelo Frias que, apesar de ter participado de todo o disco e da sessão de fotos, saiu do grupo logo em seguida. Dali em diante, o Secos & Molhados se consagraria como o trio formado por Ney Matogrosso, Gérson Conrad e João Ricardo.

Numa época em que o Photoshop ainda não existia, o truque para colocar as cabeças dos músicos em bandejas foi serrar a mesa e deixá-los sentados embaixo dela durante a sessão, que durou a madrugada inteira. Não foi fácil: segundo os integrantes, fazia frio embaixo da mesa e calor na parte de cima, por causa das luzes necessárias para a foto. Mesmo assim, o sacrifício parece ter valido a pena: em 2001, a capa foi escolhida pela “Folha de S. Paulo” como a melhor capa de LP da história da música popular brasileira.

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